A fisionomia de nosso rosto é moldada pela combinação de fatores genéticos e hábitos que adquirimos ao respirar e ao mastigar durante o desenvolvimento facial. A respiração nasal desempenha um papel crucial nesse processo, favorecendo um desenvolvimento facial adequado, enquanto a respiração bucal compromete tanto o crescimento facial como a respiração na criança e consequentemente na fase adulta.
Durante a infância, infecções respiratórias podem resultar no aumento das amígdalas e das adenoides, interferindo na passagem adequada do ar pelo nariz. Crianças alérgicas, por sua vez, podem apresentar um crescimento excessivo dos cornetos (“carne esponjosa”) nasais. Essas condições desfavoráveis levam à respiração bucal ou à respiração mista, comprometendo também o crescimento normal dos seios paranasais.
Os seios paranasais dependem da pressão positiva do ar dentro de suas cavidades para um desenvolvimento saudável. Quando a respiração ocorre predominantemente pela boca, o ar inspirado não promove pressão adequada dentro dos seios paranasais, comprometendo seu desenvolvimento. A pressão do ar exercida no palato (céu da boca) causa sua elevação e afeta o desenvolvimento do septo nasal. Durante a puberdade, a tensão observada no septo pode causar o surgimento da giba (corcova) e eventual desvio septal.
O desvio septal pode bloquear a entrada de ar nos seios paranasais, levando a condições patológicas como mau hálito e sinusites de repetição. As conchas nasais (cornetos) adaptam-se aos desvios septais, muitas vezes causando obstrução respiratória adicional.
Identificar e tratar precocemente as causas da respiração bucal é essencial para garantir um crescimento facial saudável e prevenir complicações futuras como má respiração, sinusite e até a apneia do sono.